O segundo e último dia do Networking Regional IUC-LAC abordou as oportunidades de financiamento disponíveis em programas institucionais da União Europea e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a economia circular e a mobilidade inteligente.
As boas vindas ficaram a cargo da Adida de Projetos da Equipe Regional de Instrumentos de Política Externa para as Américas (EEAS-BUENOS AIRES), Bárbara Roces, que aproveitou o espaço para agradecer “especialmente neste contexto tão complicado, todas as cidades por continuar a trabalhar e a olhar para o futuro com empenho ” e ter a certeza de que a sua ação “permite aos seus cidadãos incorporar pequenas mudanças no dia-a-dia ”a favor de cidades mais sustentáveis.
Ela estava acompanhada pelo líder da Unidade C5 da Comissão Europeia – Cidades, Autoridades Locais, Digitalização e Infraestrutura, Paolo Cicarelli, e pela Especialista Sênior da Divisão de Habitação e Desenvolvimento Urbano do BID, Ophelie Chevalier. Na sua apresentação sobre o financiamento através de programas europeus, ambos falaram das possibilidades de financiamento existentes, tanto ao nível da política setorial, como dos programas locais e nacionais, com a formação de capacidades institucionais. “Até recentemente, todo o nosso financiamento era distribuído em projetos em nível nacional, mas agora estamos fazendo isso também em nível local”, disse Cicarelli.
O workshop sobre mobilidade inteligente contou com a presença da Secretária Geral da POLIS, Cidades e Regiões para a Inovação nos Transportes, Karen Vancluysen, e a Diretora de Políticas e Projetos da POLIS, Ivo Cré.
Vancluysen falou sobre a importância de entender a mobilidade inteligente como uma grande oportunidade para a transformação das cidades. “Quando falamos sobre políticas de mobilidade inteligentes, falamos sobre tomar decisões políticas que não serão populares no primeiro dia, mas que no longo prazo irão melhorar a vida dos cidadãos”. “Devemos ser capazes de antecipar o que pode acontecer e mitigar externalidades negativas”, disse ele, acrescentando o exemplo de Paris como uma cidade que “toma decisões críticas de mobilidade, mas cujos cidadãos as entendem, ao reelegerem suas autoridades”.
“Segundo o Secretário-Geral da POLIS, também existe uma janela de oportunidade para capitalizar as coisas boas que surgiram desta crise, mas terá que ser proativa por parte das autoridades e nos apoiar nos diferentes níveis de governo”.
O Diretor de Políticas e Projetos da Pólis, por sua vez, falou da melhoria da situação do transporte público no marco da pandemia e garantiu que “temos que trabalhar para gerar confiança, que as pessoas voltem a utilizar o transporte público. Temos que pensar o transporte público de forma multimodal, para que a cidade continue se movimentando”.
Paralelamente, foi desenvolvido o workshop de economia circular, que contou com apresentações de Mike Oliveira e Natália Espinola, da Fundação Ellen MacArthur. Os especialistas falaram sobre como realizar, com base nas informações disponíveis, a transição para uma economia circular nas cidades, alinhando prioridades como habitação, mobilidade e desenvolvimento econômico. Carolina Lafemina, da Prefeitura de São Paulo, também participou.
Oliveira aludiu à necessidade de mudar um modelo de produção “totalmente linear: extraímos, produzimos e desperdiçamos”, de forma a conservar o nosso habitat. “As cidades são responsáveis por 75% do consumo, 50% dos resíduos produzidos e entre 60% e 80% das emissões de gases de efeito estufa”, destacou, ao reforçar o papel das cidades nas mudanças para o futuro.
Carolina Lafemina, por sua vez, destacou que São Paulo atua em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e apresentou os resultados do Programa Banco de Alimentos com o qual a cidade de São Paulo trabalha, e que, segundo ela, “desde 2017, já doou mais de 300 toneladas de alimentos e treinou mais de 10.000 pessoas”.
O Congresso Regional foi encerrado em sua primeira versão virtual com notável participação de equipes governamentais e especialistas das cidades integrantes do programa IUC-LAC. Da mesma forma, destacou o interesse demonstrado pelos participantes, traduzido nas dezenas de perguntas feitas aos palestrantes, e na fluida conversa que ocorreram durante os espaços de interação, os networkings cafés.